domingo, 25 de agosto de 2013

A vida por entre os dedos ...

Na busca de eixos que me equilibrem, e nas buscas de respostas para as perguntas que ainda hei de fazer, tenho encontrado nos escritos de Bauman (Zigmund Bauman), as definições indefinidas do ser, do tempo, das relações, da vida ...



A liquidez das relações, dos pensamentos, dos sentimentos, dos valores, dos conceitos ...
A fluidez com que nossas experiências escapam de nossas vidas, e muitas vezes de nossas memórias, criando uma falsa sensação de preenchimento que transborda um vazio posterior ...
Experiências que de tantas e de tanta velocidade, não dá tempo de criar vinculo, e de lamentarmos a perda, ou de percebermos essa perda, ou pior ainda, de conseguirmos enxergar o significado que elas possam ter, ou tenham tido ...
Nessa fluidez de uma modernidade liquida, amores líquidos, vidas liquidas, momentos líquidos, e pensamentos líquidos, vivemos um tempo de dificil percepção dos valores da essência de cada um, e reduzimos as relações e as vivências num simples momento, como a onda do mar, que vem e vai, sem tempo de deixar algo que possa ser lembrado ou ter significado
Nessa nossa sociedade, nessa contemporaneidade, nos deparamos e nos percebemos como pessoas perdidas em nós mesmas, buscando respostas de algo que passou sem ter acontecido, e buscando sentido numa projeção futura, na incerteza de que essa projeção quando tornar-se presente, já esteja passada e obsoleta ...
Nessa fluidez, não importa o que somos ou o que trazemos dentro de nós como essência ... ao satisfazermos, ou não, a necessidade do outro, somos como a água do rio, que sacia, atende o momento, e passa ...
Como diz o filósofo: O que aprendemos com a amarga experiência é que essa situação de ter sido abandonado à própria sorte, sem ter com quem contar quando necessário, quem nos console e nos dê a mão, é terrível e assustadora, mas nunca se está mais só e abandonado do que quando se luta para ter a certeza de que agora existe de fato alguém com quem se pode contar, amanhã e depois, para fazer tudo isso se - quando - a roda da fortuna começar a girar em outra direção.
Zygmunt Bauman
Talvez não faça sentido para alguns, mas será o bastante para quem sabe ler nas entrelinhas.
Até a próxima!

2 comentários:

  1. Lindo post, Anna ... como sempre ... muito profundo.
    Não vou contrariar o filósofo, mas, também filosofar (rs) ... Realmente, "nunca estamos mais sós e abandonados do que quando perdemos de vista a nós mesmos. Nos mantermos no foco pode não nos livrar do abandono, mas, preenche a nossa solidão e nos ajuda a sobreviver, pois tudo passa!
    Bjinho!

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    1. Obrigada Ya'el ! Essa troca de "filosofias" nos ajuda a realmente passar por tudo e a lembrar-nos que pior que perder o foco, é perdermos a nós mesmos .... bjs

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