terça-feira, 13 de outubro de 2015

A carta de amor que não escrevi para um amor que ainda não tive... Devaneios...



Hoje quero motivos ... 
Desenhada a face pelas marcas do tempo e com o agravo do último ano e meio que me judiou, e mesmo tentando e me reiventando, percebo que envelheci pelo menos uns 10 anos em um; porque o rosto é o espelho da alma, e a minha está sofrida e doída e quase vazia... 
Amor não precisa ser dito, sente-se e percebe-se ...
Não me exponho para os outros, sou reservada na minha intimidade, mas se me enxergar além de mim, terá clareza de como sou (não tão séria como me vêem, nem segura, nem auto-suficiente, nem bem resolvida) ...
Estou numa fase da vida mais tranquila onde não sonho em casar, ter filhos e etc... Se acontecer, que bem, do contrário, não é uma premissa...
Tive duas vidas em uma ... A segunda nasceu quando a outra me foi ceifada me obrigando a reaprender a caminhar, andar, viver e encontrar novos motivos para sonhar, recomeçar, continuar ... Não busco um compromisso perante os outros, mas preciso de um relacionamento para mim (preciso abraçar, beijar, intimidade, ligações, mimos, e etc, etc, etc)... sou toda emoção, intensidade, e além de ser cuidada, preciso cuidar ... Sei que sou querida e muitas dos meus gostos me colocam em sintonia com algumas pessoas, mas isso para mim hoje é pouco ... quero mais vida real, menos virtualidade...
Dizem que relacionamento é jogo, tem mil teorias e mil jeitos, e se eu soubesse realmente como isso funciona não diria um terço das coisas que falo e assim quem sabe, conquistasse alguém ... Mas sou transparência, previsibilidade talvez, evidência em excesso, sei lá ... só sei que não sei jogar e me torno vulnerável na minha previsibilidade. Minha alma é jovem e sonhadora apesar de tudo, e mesmo hoje sem motivos, os tenho buscado, pois preciso de intensidade para me sentir e manter viva. Sou o tipo de pessoa que acredita que em relação ao outro as coisas são como são e não temos o poder de controlar, dominar, definir ... as coisas acontecem, ou não ... simples assim ... Queria que essas palavras fossem direcionadas a alguém, e que esse alguém fosse real ...
Preciso hoje viver mais que minhas ilusões e me proporcionar oportunidade para ter encontros de verdade, com pessoas reais, com a vida, sem teorias ou filosofias ...permitir apenas que isso aconteça. Alguém que me tenha como ninguém, ao ter em minhas palavras a essência da minha alma (que é algo que não partilho e não divido com ninguém)... Alguém que seja de verdade, humano, sem perfeição, com acertos e erros, com coragens e medos, mas que não se contente com a despedida pela conveniência de não ter que ter atitude ...
Que seja real em algum momento, e mais do que ser real, me proporcione o privilegio de crer que ainda existe realidade no sonho, no devaneio, na ilusão ...

2 comentários:

  1. Amo seus devaneios...suas entrelinhas ...amo sua poesia de viver!

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    1. Obrigada amiga ... amei a frase"poesia de viver" ... poética... rs

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